quarta-feira, 30 de junho de 2010

Afinal lá vi o jogo*

E, durante quase metade, estive a ouvir o comentador holandês a mencionar um certo nosso jogador chamado "contró". Eu, que a primeira pergunta que fiz quando olhei para o ecrã foi "Porque carga d'água é que os calções da nossa equipa agora são azuis?!?" e que, portanto, percebo imenso de futebol, não faço ideia dos nomes dos jogadores, noves fora Cristianos Ronaldos e coisas doutras épocas!**. Sabia lá quem era o "contró"! Depois de me esforçar de forma infrutífera por ler a camisola, lá perguntei e, nesse mesmo instante, perdoei o holandês por não saber pronunciar correctamente o nome. "Coentrão" é algo que só mesmo alguém de habla portuga consegue pronunciar. E, além de tudo o mais, mereceu o apodo, que mais me pareceu uma galinha tonta com pés tortos que um jogador profissional de futebol.
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* parece que vem no contrato de casamento;
** tipo Figo, João Pinto e, esqueci-me agora (sou mesmo boa nisto), do gadelhudo do FCP.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Estamos lixados


Podíamos ter ido para Terschelling. Mas, dado o tempo maravilhoso que temos tido por estas bandas até há coisa de 1 semana, optámos por não arriscar ir para um sítio onde, se não pudermos ir para a praia ou passear de bicicleta, não há nada para fazer. Desconfio que haveria praia. Ou não, se tivessemos marcado as mini-férias para lá. Assim sendo, vamos assar para Berlim. Sehen Sie!*
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* que, segundo o Google, é o mesmo que see you!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Impotência

Não há nada pior que esforçarmo-nos, darmos o nosso máximo, chegarmos ao limite das nossas forças, o tudo-por-tudo e, chegados ao nosso objectivo, vermos as portas a fecharem-se mesmo no nosso nariz. Foi o que me aconteceu hoje. E não é justo.

O comboio Utrecht - Amesterdão fechou as portas mal cheguei à plaforma. Tinha ido a correr quase desde o Cervantes.

sábado, 26 de junho de 2010

Com um sorriso

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Teria eu os meus 8 ou 9 anos quando fui um dia ter com a minha mãe ao emprego. Na altura trabalhava perto do Largo do Carmo, num pátio de prédios antigos pintados de cor-de-rosa claro com as ombreiras das janelas e das portas em pedra branca e porosa, tão característicos da Lisboa velha. Provavelmente, terei saído da escola*, ido directamente ter com ela e passado o resto da tarde a brincar pelo escritório. Por volta das 17h30 saímos as duas e devemos ter descido pelo Elevador de Sta. Justa até à Baixa e seguido pela Rua Áurea** até à Praça do Comércio, onde fizemos slalom na diagonal por entre os carros que na altura a enchiam até chegarmos ao Torreão Este da Praça.
No meio do passeio, mesmo ao lado do Torreão, uma senhora vendia hula-hoops, os arcos que na altura eram, aos meus olhos, o brinquedo-sensação. Provavelmente pela vigésima vez, pedi à minha mãe se me comprava um, aquele de cor rosa clarinho como os prédios onde ela trabalhava, que ali estava a ser apregoado. A resposta da minha mãe foi um premeditado "Eu compro-to, mas só se souberes brincar com ele, senão não serve para nada". Teremos pedido à senhora para eu o experimentar e eu enfiei-o pela cabeça, ombros e tronco até o encostar a um dos lados da cintura. Era o brinquedo da moda, mas eu pouco ou nunca tinha brincado com um pois para a escola não podíamos levar nada além de livros. Terei inspirado fundo e posto a língua de fora, tique que ainda trai a minha criancice cada vez que me esforço por fazer algo que exige destreza, e girei o arco enquanto movia a cintura como via os meninos fazerem na televisão. E, para maior espanto meu que da minha mãe, a coisa girou. E continuou a girar e a girar até que um sorriso conseguiu fazer retrair a minha língua para trás dos dentes. Eu sabia brincar com o arco! E a minha mãe lá me comprou o círculo de plástico cor-de-rosa claro, como os prédios da Lisboa antiga, que girou pelo meu corpo muito tempo, até que a passagem do mesmo, o uso e a força do sol que batia na varanda onde guardava os brinquedos o esbranquiçou, secou e, finalmente, quebrou.
Ontem no Vondelpark um grupo de adolescentes treinava artes circences com arcos e fitas. Aposto que ainda sei "brincar" com um arco.

* bons velhos horários em que após as 15h ou 15h30 já não havia escola mas alguém que ficasse connosco e nos passeasse e deixasse brincar à vontade;
** adoro quando alguém não sabe que é o verdadeiro nome da Rua do Ouro.
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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Leila, a renda

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Não fossem os 11kgs de peso e, em vez de ter a minha Luna, teria a minha Leila, ser orelhudo que acabei por impingir à minha mãe perante a impossibilidade de ficar com ela. Tudo o que a Luna tem de calma e sossegada esta bicha (nada de segundos sentidos!) tem de espevitada. Não há cá esperar que os donos acordem; são 7h30 da matina, tenho vontade de fazer chichi, dona, vamos lá a levantar - que é como quem diz "caim... caaim... caiiimm..." baixinho qb para acordar a visada mas sem lhe provocar um ataque cardíaco. Mas, mesmo depois de passeada, a Dona Leila gosta de atenção e, portanto, vira-se para o outro membro da família, o meu velhote. Que continua a dormir. E que, mesmo depois de umas quantas focinhadas nos membros superiores e inferiores, não se levanta. E que, estando surdo, pouco liga a ganidelas, tenham elas os decibéis que tiverem. E o que faz o ser orelhudo?, perguntais vós. Pois ataca o par de peúgas que ele tirou antes de se deitar e morde-o até haver buracos em cada peúga para todos os dedos dos pés e das mãos de todos os habitantes da casa. A Leila é uma renda: comida, veterinário, sola de sapatos e peúgas.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nha-nha-nha-nha-nha-nha!

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Vocês não sabem onde está neste momento a almoçar o Mário Soares... E eu sei!

P.S. - eu sei que também não interessa a ninguém onde está o MS a almoçar mas apeteceu-me gabar de alguma coisa,e isto é tudo o que tenho (gabarolice acompanhada de auto comiseração, deve ser do excesso de francês).

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Aplausos, aplausos!

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O fd prova que nada assiduamente neste aquário e falha na sua resposta* apenas por un petit pormenor. Aulas de Francês, amigos, o conhecido French behind the wheel, é o que me atormenta os ouvidos enquanto pedalo mais ou menos esforçadamente. Aposto que nunca consideraram a possibilidade de o "wheel" ser um guiador.

* fd disse: "Aulas de Espanhol? Ou será de Holandês?"

Concurso!*

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Ninguém adivinha o que venho a ouvir no meu MP3 durante os 15 minutos que pedalo de casa ao trabalho.
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* Não há Samsungs Diva de prémio, I'm afraid
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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quem diria?

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Afinal o Cristiano Ronaldo sempre tinha razão: os golos são como o ketchup!
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domingo, 20 de junho de 2010

Problemas de género

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Estou  a pensar em mudar o meu nick para Goldie. Ando um bocado traumatizada por ler noutros sítios "o comentário do/a Goldfish".
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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Rendi-me a mais duas modas

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Desta vez foram as calças skinny* e as sandálias à romano, sendo que as minhas têm o seu quê de original.
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* também conhecidas como "modelo chouriço" e que me obrigarão a levantar-me meia hora antes do normal para ter tempo de me enfiar lá dentro. Um dia destes ponho fotos. A sério. E a lua é quadrada, já repararam?

Saramago

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Não vou dizer que é o meu escritor favorito, etc. e tal, pois ainda só o li uma vez. Mas entristece-me saber que todos os livros dele que vou poder ler já estão escritos.
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(foto roubadíssima do Público)

Viver na Holanda é...

... ir à janela de manhã, reparar num gajo de bicicleta com um fato, camisa e sapatos do mais pipi que se possa imaginar, vê-lo desmontar à frente de uma carrinha BMW do mais pipi que se possa imaginar e sacar do chaveiro pendurado no cadeado da bicla para abrir o bólide, tirar qualquer coisa do porta-luvas e seguir caminho. De bicla, claro.
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quinta-feira, 17 de junho de 2010

A única coisa de que gosto no mundial

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A boa disposição é tal que dou ao pézinho. É provável que seja mais do ritmo da música do que do futebol em si - que o amor ao futebol é pouco e o gosto musical nunca foi muito erudito.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

One in a million

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Luna pode ser um nome pouco original para cadela aí em Portugal. Já aqui nos Países Baixos... é do mais banal possível! Conheço outras 3 Lunas e só entre as que fazem de Museumplein toilette.
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P.S. - Os holandeses (e os turistas também) fazem desta mesma toilette cama, sofá e mesa. Muito higiénico.

Finalmente

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A Primavera chegou aos Países Baixos a meio de Junho.*
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* como é que sei? Estou com a constipação da Primavera.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Roubalheira II

Já usei o meu OV-chipkaart (para quem não lê este blog com a atenção que devia, é o Lisboa Viva cá do sítio). E, como já esperava, sai-me mais caro do que o moribundo strippenkaart. Além de cada viagem não ter a "validade" de uma hora, cada volta sai mais cara. E, também como já previa, não o consigo recarregar: já tentei duas máquinas diferentes, numa a mensagem é uma qualquer coisa incompreensível em holandês, noutra diz que o meu cartão multibanco não funciona. Ou seja, chova ou não, estou limitada à bicla. A saúde não agradece (estou "dazex do dariz"), os músculos das pernas também não.
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* Eu sei que estou a ser picuínhas mas o raio do strippenkaart ficou a menos de meio (não tem devolução possível, escudam-se sempre com o "pode usá-lo fora de Amesterdão", como se eu andasse de transportes públicos fora de Amesterdão!)

domingo, 13 de junho de 2010

Odeio birras

Andei à procura de uma definição de birra que refectisse o que eu quero dizer e não encontrei, apesar de ter descoberto esta:

birra
s. f.1. Vício da cavalgadura que ferra os dentes na manjedoura ou em qualquer outro objecto;

que muito me divertiu. Para mim, uma birra (e não estou a falar das de crianças, apesar de essas também me enervarem sobremaneira) é a atitude de alguém que está chateado e que resolve mostrar claramente ao mundo o que sente, independentemente de os outros terem algo a ver com isso ou não e de a demonstração incomodar quem a ela assiste mas lhe é alheio.
Odeio estas cenas e, como tenho um certo receio de perder as estribeiras e de dizer à birrenta (com muita pena minha esta é claramente uma característica feminina) uma verdade ou outra, opto por calar-me. Aproveito o aquário para expressar o que verdadeiramente penso neste casos:
Não chateiem os outros quando eles não têm nada a ver com o que vos chateia! Tal como vocês têm o direito a estar chateadas, os outros têm direito a estar na paz dos deuses.

Tenham em atenção que quem mais faz birras são as crianças - estão a testar os limites do seu mundo e não sabem ainda expressar-se de outra forma. O facto de as continuarem a fazer na idade adulta demonstrará qualquer coisa...

Pensem no universal "não faças aos outros...". Gostam de assistir a birras? Costumam ver coisas positivas surgir delas? Então...

E, last but not least: vão chatear o Camões! Aquele que se encontra no Chiado. E que, por isso, eu não costumo ver com frequência.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ai pois é!

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A minha empresa é outra coisa, sem dúvida. Agora, quem tiver de transportar papelada (ou qualquer outra coisa) oficial da empresa de um escritório para um dos outros já tem meio de transporte à disposição devidamente identificado com o logótipo da empresa para não haver confusões! É só requisitar, explicando porque motivo é necessário e temos à disposiçao não um, nem dois mas duas... bicicletas!
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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pois não?

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Acordar a pensar "'Gérmens'? Quais 'gérmens'? A palavra é germes, idiota!" não abona em favor da minha sanidade.
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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Asseio relativo

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Vamos almoçar, come-se sandocha - the dutch way. Come-se com as mãos - not the dutch way - e sujamo-las. Depois do almoço há que ir à casa-de-banho. Uma colega minha entra na casa-de-banho comigo e lava as mãos; de seguida, entra num dos cubículos para fazer o que tem a fazer, sai, não lava as mãos e vai-se embora. Dois dias depois, a cena repete-se. Lição a reter: gordurinha da comida nas mãos, não, blergh!, que nojo; já uns quantos gérmens (raio de palavra) não fazem mal nenhum, não senhora.
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terça-feira, 8 de junho de 2010

Best of Vale do Reno

Eu sei, já chega de fotos de sítios todos iguais e cuja graça se perde em quem não os viu com estes olhinhos que a terra há-de comer. Mas não podia deixar-vos sem as minhas fotos favoritas, por isso, aqui ficam mais cinco:



St. Goar, com as suas casinhas multicolores.

Overwesel, creio. Adoro o contraste de cores. Um milagre, num dia tão sombrio.

Modernidade e antiguidade em paralelo. Tirei "n" fotos até conseguir esta, perfeita, perfeita.

Custou, trepar as ruelas da terrinha para chegar ao castelo, mas valeu a pena. E o céu azul? Lindo!

As sogrinhas. A tirarem duas fotos ao mesmo tempo, esta a melhor delas, na minha modesta opinião (e sim, esta foi a que eu tirei!). E é tudo da Alemanha. Berlim será o alvo da próxima incursão.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Efeitos secundários

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Isto está mau. A noite passada andei às voltas na cama e, aparentemente, sonhei em diversos idiomas. Aparentemente, porque não me lembro. Diz o mariducho, coitado, que foi despertado de madrugada por grunhidos que ele garante irem do espanhol ao francês. Coitado, ficou traumatizado.
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domingo, 6 de junho de 2010

Era uma vez uma carcaça II - a prova do crime

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Bem sei que não parece, mas estou mesmo penduradinha pelas mandíbulas. A jeitosa da minha dona não se lembrou de se ajoelhar para tirar a foto em perspectiva...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Era uma vez uma carcaça

Como já sabem, eu, Luna, sou uma cadelinha linda. Mas nem com toda a minha beleza e persuasão consigo convencer os meus donos a darem-me de comer em quantidades dignas da descendência de um pastor alemão. É por isso que continuo a recolher comidinha na rua. Toda a que encontro. É só os meus donos não verem. Uma vez, não viram uma carcacinha. Coitadinha, já devia ser do ano passado, estava rija que nem o apêndice superior da cabeça de uma vaca*. Mas eu apanhei-a e trinquei-a com estes meus dentinhos fortes e poderosos. São iguaizinhos aos do meu avô. Já vos tinha dito que o meu avôzinho era um pastor alemão? Não, pois não? Pois ficam a saber. Ora a carcacinha era do ano passado e ficou muito bem presa nos meus dentinhos e nem o bruto do meu dono ma conseguiu arrancar. E vejam bem que até me levantou pelos ares pendurada pela carcacinha! E a minha dona a rir e a tirar fotografias. Já não há respeito. Pffffff!
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* o meu avôzinho ensinou-me a não dizer asneiras.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Porque eu só estou bem...

Recebi o meu primeiro recibo de ordenado. Estranhei. Foi só fazer umas contas para confirmar o óbvio: tivesse eu este ordenado em Portugal e teria descontos maiores. Mais de €200 de que o estado holandês parece não precisar mas que o português está sempre pronto a receber, de mãozinha estendida e, o que é o pior e mais relevante, não se sabe bem para quê. Ou sabe-se. Aeroportos. TGVs. E o resto do costume. É por isso que este post fala por mim. Que neste momento não sei se quero mais regressar ou ficar. Tenho tanta, mas tanta pena de com a cabeça saber que não há grande coisa para mim no meu país quando o coração deseja tanto voltar às suas raízes.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Vale do Reno III

Antes que me esqueça, tenho de confirmar algo que esta menina diz em relação aos berlinenses (neste caso, koblenzianos, mas serve): parámos nem 5 minutos a olhar para um mapa e para as inexistentes placas com nomes de ruas e já uma senhora nos perguntava se precisávamos de ajuda!

Castelo. Podia deitar-me a adivinhar qual deles mas já estou com sono de mais para isso.


Castelo. Terrinha. Idem aspas.




Castelo. Terrinha. Idem aspas. E um pormenor interessante: um parque de roulottes. Em cada terrinha, um. Cheio. Era fim-de-semana prolongado também na Alemanha, fiquei a saber em que é que eles poupam dinheiro: hotéis!

Se não estou em erro, este é o castelo XXXX, albergue há séculos atrás de diversos criminosos da região, que se usavam a floresta circundante para camuflarem a vilanagem e apanharem desprevenidos os que passavam. Os ladrões alemães eram poderosos e ricos!


E aqui o frio e a chuva já eram tão fortes que me rendi a tirar fotos de dentro do barco - sendo que as luzinhas que se vêem na foto são gotas de chuva na janela a reflectir o flash da máquina. Confere à foto um toque natalício condizente com o tempo que se fazia sentir.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A vida não é justa

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Acabei de me lembrar que, se não tivesse surgido este job, estaria hoje a regressar de umas férias bem passadas em Curaçao. Estou deprimida.

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Bla, bla, bla

Isto de trabalhar num melting pot é interessantíssimo, e até tem vantagens (por ex., saber qual é o melhor italiano para se jantar a bom preço em Amesterdao). Tem, no entanto, uma desvantagem altamente stressante. Mudo tanto de idioma que acabo a gaguejar 2 ou 3 línguas diferentes antes de acertar, finalmente, na língua do meu interlocutor. Estou ligeiramente louca. Só slightly, un poco, un peu, ligeiramente, quero dizer!